Páginas

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Polícia prende servidores acusados por furto e venda de equipamentos na Secretaria da Educação da PB

O Serviço de Inteligência da Polícia Militar da Paraíba descobriu um esquema de comercialização de produtos pertencentes ao Estado que envolve funcionários da Secretaria de Educação e Cultura e alguns receptadores que estariam praticando crimes contra o Estado, notadamente de peculato, receptação e furto.

Na tarde dessa quinta-feira (1º), policiais civis e militares flagraram a entrega de parte do material na Sucata do Brandão, localizada no Distrito Industrial de João Pessoa, onde já havia uma grande quantidade de gabinetes de computadores, monitores, impressoras, geladeiras, máquinas de lavar, copiadoras, armários, cadeiras, birôs, máquinas de datilografias e outros produtos, muitos deles contendo ainda plaquetas de tombamento que comprovam a propriedade dos mesmos.

O material "entregue” nesta quinta-feira foi transportado no caminhão baú MMY 5881, de propriedade da Secretaria da Educação, conduzido pelo motorista José Claudiano Ferreira, de 47 anos, que presta serviços ao Estado há 26 anos, segundo confirmação do mesmo. No momento do flagrante, os policiais, que eram comandados pelo tenente-coronel PM Adielson Pereira, detiveram o funcionário da sucata e o motorista, e comunicaram o fato ao delegado Roberto Jorge de Sousa.

Após as primeiras diligências no local, os policiais conduziram o motorista Claudiano, o chefe do Almoxarifado da SEC, de nome Gilberto, o proprietário da sucata e o funcionário que foi flagrado recebendo o material para a primeira Delegacia Distrital, localizada no bairro de Cruz das Armas, para tomar seus depoimentos.

Ainda no local do flagrante, o delegado Roberto Jorge disse ter sido comunicado do fato pela delegada Daniela Vicuuna, gerente da Polícia Civil Metropolitana, e solicitou a realização da perícia, que deve ter continuidade ainda nesta sexta-feira (2). "Feito o primeiro levantamento, foi encontrado muito material usado, talvez dentre ele alguma coisa nova, de maneira que terá que ser realizada uma perícia minuciosa, que terá continuidade nesta sexta-feira”, ressaltou.

Conforme o delegado, pelas investigações preliminares que vêm sendo realizadas e pelo que foi encontrado na Sucata do Brandão, em tese os crimes praticados são de peculato, receptação e furto que estariam sendo praticados com a conivência de servidores da Secretaria de Educação.

Pelas características do material encontrado na Sucata do Brandão, uma grande parte ainda dentro do caminhão de propriedade do Estado, Roberto Jorge disse haver a possibilidade de crime continuado. "Existem muitos móveis usados. Acredito que dentre esses móveis talvez haja também alguma coisa nova; talvez eles façam uma seleção. Enfim, o material está no Sucatão do Brandão, como é mais conhecido, e todo esse grupo terá que responder criminalmente”, observou.

Ainda segundo o delegado, os funcionários envolvidos deverão responder especialmente por peculato. Quanto ao proprietário do sucatão, este deverá responder por receptação. "Muitas das peças que foram e estavam sendo descarregadas estavam inclusive com os números de tombamento. Eles não tiveram o cuidado nem pelo menos a curiosidade de descartar esse tombamento, o que, logo de cara, demonstra ser um 'crime seboso'. Mas nós estamos lavrando o flagrante delito para que nesta sexta-feira eles já estejam à disposição da Justiça”, acrescentou.

Segundo informou o tenente-coronel Adielson Pereira, comandante do Batalhão de Polícia Ambiental da Paraíba, as investigações começaram há aproximadamente 20 dias, e os trabalhos continuam sendo realizados para que se possa chegar a outras pessoas que possivelmente estejam envolvidas.

"Após as primeiras denúncias, a Polícia Ambiental caiu em campo e, na tarde dessa quinta-feira, conseguiu flagrar a entrega desse material que estava sendo furtado da Secretaria da Educação. Nós vamos aprofundar as investigações, mas já temos uma pessoa conhecida como Gilberto, da Secretaria da Educação, o proprietário do estabelecimento (Sucatão do Brandão) e o motorista”, ressaltou.


Fonte: Edmilson Pereira com Assessoria

Se houve abuso foi de autoridade

Tinha cheiro de exagero a acusação e, por conseqüência, a prisão do jogador Marcelinho Paraíba por “tentativa de estupro”. Eu ponderei sobre isso por volta do meio dia, quando anunciavam a transferência do jogador para o presídio do Serrotão.

A suposta vítima ainda estava tentando explicar o que estava fazendo até altas horas numa festa na granja do jogador paraibano, quando Marcelinho já estava sendo trancafiado num presídio junto com criminosos condenados pela Justiça.

Ao que se pode perceber, se houve abuso não foi sexual. Foi de autoridade.

Primeiro da parte da irmão da suposta vítima. Depois de comer e beber às custas da festa de Marcelinho, o delegado de Polícia Rodrigo achou que poderia acusar, prender e julgar. E colocar a humanidade contra o jogador.

Ao portar distintivo de polícia e arma legalizada, achou que poderia impor a sua verdade como a única inquestionável. Agrediu a imprensa e exibiu sua simulada indignação, como se no mundo ninguém ousasse questiona-lo.

Ganhou, merecidamente, um cartão vermelho do secretário de Segurança Pública.

O pior é que antes disso o tal Rodrigo já tinha conseguido ouriçar o resto da Polícia. Marcelinho foi levado ao presídio do Serrotão e escoltado como se fosse uma versão paraibana do goleiro Bruno por carregar, no máximo, a acusação de um beijo roubado.

O tal beijo roubado nunca mais voltará pra dona, embora ela tenha todo direito de reclamá-lo judicialmente.

O que ainda não está certo é quem vai devolver pra Marcelinho os prejuízos causados pelo exagero da acusação e da operação policial.

Marcelinho cometeu, se cometeu, uma falta no meio de campo. A polícia da Paraíba marcou pênalti.

Luís Tôrres