A Academia Americana de Pediatria (AAP) atualizou suas diretrizes e, seguindo as mesmas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), indicou que as mulheres alimentem exclusivamente seus filhos com leite materno em seus seis primeiros meses de vida.
Após esse período, alguns alimentos podem ser adicionados. Ainda segundo as orientações, que foram divulgadas nesta quinta-feira no periódico Pediatrics, as mães devem oferecer leite materno aos seus bebês como complemento da alimentação até seu primeiro aniversário ou mais tarde, dependendo da preferência de cada uma.
Embora a publicação anterior dessas diretrizes, em 2005, também tenha recomendado a amamentação com leite materno exclusiva nos primeiros seis meses, os membros da AAP afirmam que essas indicações são mais firmes e baseadas em mais evidências. "Amamentar não é somente uma escolha de estilo de vida, mas também de saúde, já que essa atitude protege tanto o bebê quanto a mãe", disse à agência Reuters o médico Richard Schanler, um dos autores do documento.
As recomendações da AAP citam um estudo recente que observou que, em 2010, apenas 13% das mães dos Estados Unidos amamentaram somente com leite materno seus filhos durante os primeiros seis meses de vida do bebê. O relatório ainda chama a atenção para o fato de que ainda há muitas mulheres, especialmente as mais jovens e de classes socioeconômicas mais baixas, que nunca amamentaram os filhos. Isso, segundo a Academia, priva a criança de uma série de importantes benefícios à saúde.
Alimento benéfico — Segundo Schanler, o leite materno fortalece tanto o vínculo entre mãe e filho quanto a saúde da criança. De acordo com o documento, há várias evidências que sugerem que adultos que foram devidamente amamentados quando crianças têm menos propensão à obesidade ou diabetes.
Além disso, a amamentação tem sido associada a menores índices de doenças provocadas nas mães, como depressão pós-parto, riscos de doenças cardíacas, de câncer de mama e de ovário.
"Nossa recomendação para as mães é que elas não ofereçam ao bebê nenhuma alimentação artificial até os seis meses. As fórmulas nunca se mostraram superiores ao leite materno em relação à saúde tanto da mulher quanto dos filhos", disse à Reuters Lori Feldman-Winter, presidente da Seção de Aleitamento Materno da AAP.
Outras diretrizes — Além dessas recomendações, a AAP indica que somente mães que estejam fazendo uso de certos medicamentos, passando por quimioterapia ou tratamento para tuberculose não amamentem. A Academia também estabeleceu que os hospitais devem promover o aleitamento materno o quanto antes, de preferência até uma hora depois do parto, além de torná-lo o mais conveniente possível.
Fonte: Veja Online