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sábado, 13 de agosto de 2011

A revolta do DEM

 

Tião Lucena

O DEM rebelou-se contra tudo e contra todos porque tiraram dele a Presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa paraibana. A rebelião foi anunciada pelo deputado João Henrique, o candidato que não logrou êxito, perdendo para o novato Adriano Galdino. O estrebucho do DEM foi sentido de Cabedelo a Cajazeiras, mas a reação, em vez de ser uma bomba, soou como um traque, um peido de velha daqueles que os meninos soltam nas ruas do interior durante os festejos juninos.

Simplesmente o DEM agiu como o molecote malcriado que, ao ver negado seu pedido para comer uma cocada, faz pirraça e não aceita o mingau ternamente oferecido pela mãe.

-Se o DEM não tem capacidade ou condições para presidir a CCJ, não aceita participar de nenhuma outra Comissão da Assembléia -, desabafou o deputado João Henrique com justificada revolta, pois ele, além de experiente licurgo, vem de velhas jornadas ao lado do governador Ricardo Coutinho e esperava do chefe um mínimo de consideração.

Mas o DEM, ao mesmo tempo em que renega participar de outras Comissões, não quer nem ouvir falar em rompimento com o Governo. “Sai pra lá, quizila”, disseram todos,quando indagados sobre a possibilidade de romper. Claro que não haverá rompimento, a raiva é pequena, o mal foi mínimo, entre mortos e feridos escaparam todos e os deputados do DEM, acostumados a viver pendurados em cargos públicos, não iriam abrir mão dos empregos e da Secretaria tão orgulhosamente ocupada pelo ex-senador Efraim Morais.

Para piorar a raiva do DEM, apareceu o líder do governo Hervásio Bezerra dando uma notícia estupidamente desagradável: a escolha de Adriano Galdino não foi resultado da imperícia do líder e sim da imposição do Palácio. Trocando em miúdos: Adriano era o candidato de Ricardo e, como tal, será o presidente da mais importante Comissão da Assembléia, aquela que julga a constitucionalidade das leis e decretos remetidos pelo Poder Executivo.

Alguém aí arrisca um palpite sobre como vai ser o seu comportamento na hora de julgar?

politicapb

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