Qualquer observador distante do cenário político administrativo da Paraíba vai perceber que há algo bem engrenado entre o governador Ricardo Coutinho e a presidente Dilma. Depois de várias audiências em Brasília, convites pessoais para viagens internacionais como a presidente e outros sinais, Ricardo foi surpreendido hoje com sugestão da petista para representar os governadores em solenidade sobre os avanços do programa Minha Casa, Minha Vida, carro chefe dos projetos governamentais.
É visível, então, certa afinidade entre a presidente do Brasil e o governador da Paraíba, algo que sugere, ao menos teoricamente, uma esperança. A Paraíba, que viveu sempre à margem do desenvolvimento do Nordeste em função de relativo desequilíbrio nos investimentos da União em relação a outros estados nordestinos, pode entrar no gosto da pauta presidencial.
Seria ainda romântico pensar que, assim como aconteceu com Pernambuco no governo Lula, a Paraíba pudesse ser uma nova prioridade do governo federal. E que Ricardo passasse a ser o "Eduardo Campos" de Dilma. Mas pela relação que Ricardo tem mantido com a presidente, que parece gostar da gestão rigorosa que o governador paraibano adota quando o assunto é contas públicas, supõe-se que está se criando um cenário melhor do que os anteriores. E que isso se traduza, além de fotos, em investimentos, obras e ações estruturantes para nosso Estado.
Soma-se a isso o fato da Paraíba dispor hoje de um paraibano no Ministério das Cidades.
As relações neste sentido vão se encaixando levando a pequenina Paraíba para o centro do poder federal. Com posturas um pouco parecidas, especialmente no que diz respeito ao trato com a classe política, Ricardo e Dilma tem demonstrado que, assim como os opostos, os iguais também se atraem.
E a Paraíba, ou parte dela que não em ciúmes políticos mesquinhos, torce e espera pelos frutos dessa aparente atração.
Luís Tôrres
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