Três das principais lideranças políticas da Paraíba resolveram entrar no debate sobre o Projeto de Lei enviado pelo Governo do Estado, que pede à Assembleia Legislativa autorização para avalizar um empréstimo que a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba vem pleiteando junto à Caixa Econômica Federal para quitar dívidas contraídas pela empresa no passado.
Dos três, apenas o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) se posicionou favorável ao empréstimo pretendido pela Cagepa. “Conheço de perto as dificuldades da Cagepa. O empréstimo solicitado, para o bem da Paraíba, deve ser aprovado. Confiamos na nossa Assembleia Legislativa”, destacou o ex-governador da Paraíba através de sua conta no microblog Twitter.
Ao responder um questionamento feito pelo ‘twitteiro’ Bruno Vaz Diniz, Cássio foi mais além e aproveitou para rebater alguns dos argumentos utilizados por deputados de oposição para não aprovar o projeto enviado pelo Poder Executivo. “O empréstimo tem condições melhores de carência e juros”, disse o senador do PSDB.Contrários
Filiados ao PMDB, o senador Vital do Rego Filho e o ex-governador José Maranhão também decidiram entrar no debate sobre o empréstimo. Os dois, porém, ao contrário de Cássio, se declaram contrários ao pleito da Cagepa.
“Há tempos venho questionando que o Governo da Paraíba quer privatizar a Cagepa. O empréstimo que está sendo discutido é o 1º passo desta proposta”, disse Vitalzinho também pelo Twitter.
“A crise da Cagepa tem que ser discutida com a sociedade, o sindicato e, principalmente, as prefeituras, sobretudo Campina e João Pessoa”, acrescentou o senador do PMDB, que é irmão do prefeito de Campina Grande, cidade que aparece em segundo lugar na lista dos 100 maiores devedores da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba.
Já o ex-governador José Maranhão preferiu utilizar uma entrevista concedida ao Programa Panorama 107, da Rádio Miramar FM (107,7), para se posicionar contrário ao empréstimo para a Cagepa. “A Cagepa não precisa de empréstimo porque basta receber os valores que devem para ela que ultrapassa os R$ 200 milhões”, disse o peemedebista, que vem sendo acusado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) como um dos principais responsáveis pela atual crise da Companhia.
“Eu não quebrei a Cagepa. Deixamos o governo estadual com o caixa de R$ 600 milhões e esse valor daria para ter pago a dívida do órgão. Nós organizamos o Estado”, assegurou Maranhão.
Votação em plenário
O Projeto de Lei enviado pelo Governo do Estado que visa viabilizar o empréstimo da Cagepa junto à Caixa deve ser votado pelo no plenário da Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (25). Sindicatos e associações de servidores da Companhia prometem lotar as galerias da Casa de Epitácio Pessoa para acompanhar a votação.
A direção da Cagepa garante que a operação com a Caixa Econômica Federal terá exclusivamente a finalidade de liquidar empréstimos feitos pela Companhia no passado junto a cinco bancos privados, que atualmente consomem do órgão parcelas mensais de mais de R$ 6 milhões.
A Cagepa alega que o novo empréstimo, além de oferecer uma carência de dois anos, projeta uma taxa de juros bem menor do que as que vêm sendo praticadas pelos bancos privados. “A Caixa nos garantiu uma taxa de, no máximo, CDI + 0,5%. As contraídas no passado são em média CDI + 0,7,5%”, revelou o presidente da Companhia, Deusdete Queiroga.
Paraíba Já
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