Quando participa de evento fora do Brasil, Dilma Roussef (PT) precisa de um intérprete tanto pra ouvir quanto pra falar. Mas a campanha de 2014, antecipada pelo próprio PT, exige que a presidente recorra a um tradutor também no Brasil. Especialmente se a viagem for ao Nordeste, onde a presidente petista esteve hoje participando de encontro com os governadores nordestinos. Quem acompanhou de perto percebeu que nem Dilma nem o governo federal falam a mesma língua dos chefes nordestinos do Executivo.
E olhe que ela se esforçou. Anunciou um pacote que inclui R$ 9 bilhões para ações de combate à seca, entre outros. Mas não se fez entender. Não por sua culpa. Mas é que alguns governadores já não a entendiam ou não queriam entendê-la.
Encabeçada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que está de olho na faixa que Dilma, invisivelmente, carrega no ombro, amarrando-lhe a cintura, a torre de babel entre Nordeste e governo federal confirmou que numa campanha não existem apenas uma linguagem, mas várias. Em especial, duas: a da situação e a da oposição.
Campos cobrou menos burocracia no repasse dos recursos e pediu também desoneração para as companhias de abastecimento de água na região. Pedidos que sabia difíceis para a presidente dar resposta na lata.
Ao final do encontro, um elogio vago ali, outro aculá. E a certeza por parte de Dilma de como é bom quando os líderes de uma região cumprem o papel de dourar os anúncios do governo. O ruim é quando ignoram ou apenas minimizam. Como fez Campos e seus seguidores mais fieis, entre eles Ricardo Coutinho, nesta terça. Todos dispostos a falar outra língua.
Luís Tôrres
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