A oposição se entregou. Está incomodada com a garantia feita pelo governo Ricardo Coutinho de que a base salarial do funcionalismo público passará por uma profunda revisão em janeiro de 2012.
A principal prova do incômodo está na negativa, no descrédito, na tese de que o governo estaria blefando. Negar aquilo que está pra acontecer é uma reação psicológica para afastar nossos medos, como quem nega existência de almas penadas com receio de encontrá-las um dia.
Não por menos.
O ano de 2011 foi muito bom. Mas pra oposição, que encontrou um governo se confrontando diretamente com as principais categorias do Estado, cortando gastos e mudando regras já arraigadas à cultura política ou administrativa dos últimos governos.
Ao sinalizar pela abertura da arca da Nova Aliança com os servidores públicos a partir de janeiro, com promessas de reajustes salariais e implantação da data base, o governo do Estado supõe superar a fase da antipatia, abrindo caminhos para agir em busca, sequencialmente, de cumprir o processo que todo governante deseja: a simpatia, a aprovação e, por último, a consagração popular.
Hoje, claro, Ricardo se encontra num estágio anterior aos três citados acima.
É indiscutível que 2011 foi um ano duro para o governo e seus integrantes. Um ano de ruptura. De dizer “nãos”. De pedir que aguardem. Mas, na cabeça de Ricardo, o janeiro que virá cheio de promessas só será possível por causa das penas arrancadas neste ano.
Janeiro próximo se coloca, então, como uma espécie de portal tridimensional que levará o governo instalado na Paraíba para um cenário de ação mais proativa. E Ricardo a uma paisagem mais renascentista e menos medieval.
Quando ele - o mês de janeiro - chegar, parece que só a oposição terá saudades de 2011.
Luís Tôrres
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