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domingo, 15 de janeiro de 2012

Agra cresce com renúncia e tem papel fundamental na eleição de 2012

Quem quiser encontrar lógica na política vai morrer tentando. A política de exata só tem mesmo a incerteza. Sofrendo relativa descrença com sua reeleição diante de uma disputa eleitoral em João Pessoa, o prefeito Luciano Agra triplicou de tamanho ao renunciar da candidatura.

Ficou forte como nunca a partir do momento que disse que não entraria na briga.

Nunca se viu tanta aceitação, confiança e torcida pela capacidade do arquiteto que virou prefeito. Nas redes sociais, nas ruas e na mídia, há sensação de “queremismo” refletindo o tom de que Agra era o melhor nome do grupo.

Um paradoxo sem tamanho. Ora, e por que não havia tal confiança antes da renúncia?

Numa analogia da vida privada, é como o cara que quer se separar há anos por não mais suportar a esposa, mas não tem coragem de tomar a iniciativa. De repente, a mulher diz: “Vou embora!” E o cara se desespera: “Não, pelo amor de Deus, não!”.

É o que está acontecendo. Psicologia ou não, o fato é que Agra nunca se viu, durante toda sua trajetória, tão bem aceito e conceituado pela sociedade quanto agora. A própria condição franciscana de renunciar o direito a ficar mais quatro anos com a caneta de prefeito o confere um ascetismo digno dos santos.

Além disso, ele entra pra história com um gesto que poucos, ou ninguém, tem.

É claro que Agra acordou mais leve hoje. Tirou de si o peso de ser um “bom candidato”. Logo ele que quer ser apenas “um bom prefeito”. A gestão só tende a ganhar com isso. E o projeto, por tabela, também.

Todo esse patrimônio não poderá, portanto, ser desperdiçado. Pra ajudar ao grupo a dar continuidade, não bastará a Agra renunciar à candidatura. Ele tem que mergulhar, como fez hoje em Coqueirinho no primeiro de “férias das eleições de 2012”, no processo de escolha, indicação e afirmação do novo candidato.

Se Agra não colocar a mão na cabeça do escolhido, o escolhido terá dificuldades de avançar em João Pessoa.

Aliás, caberá ao prefeito, mais do que o próprio Ricardo Coutinho, atuar no sentido de apagar arestas internas e estimular apoio integral e uno à candidatura do novo candidato.

È ele que dispõe hoje de uma boa relação com uma dúzia de partidos e de lideranças políticas. É pra elas que Luciano Agra tem que se dirigir pra canalizar as energias em favor do sucessor.

Paradoxalmente, Agra acabou não servindo para ser o candidato do grupo, mas se torna imprescindível para fazer o grupo ter sucesso com um novo candidato.

Luís Tôrres

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