Vítima de cassação, Cássio se comove com ‘drama’ de peemedebista e tem postura inusitada no Senado Federal
O jornal Estado de São Paulo repercutiu nesta sexta-feira (01) uma situação inusitada envolvendo o senador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB). A reportagem versa sobre a polêmica CPI do caso Cachoeira no Congresso Nacional e destaca que, enquanto os aliados complicam a situação do governador Sérgio Cabral, que é do PMDB, o tucano Cássio Cunha Lima emite uma postura contrária, saindo em defesa do chefe do executivo e ainda se solidarizando com o ‘drama’ o gestor ante a convocação para depor na Comissão.
Em dado trecho, Cássio lembra do seu próprio drama quando foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral e destaca que viveu uma situação não muito agradável e no caso em questão, contra o peemedebista, não pesavam nenhuma acusação grave. "Enfrentei uma crise, sei o quanto é custoso para o Estado. Contra Cabral, há apenas fotos de péssimo gosto", afirma Cunha Lima, em referência à divulgação de imagens de viagens de Cabral à França em companhia de Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, investigada na CPI.
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Base complica situação de Cabral em momento decisivo
Compromissos partidários locais não tiveram peso na votação que livrou o governador Sérgio Cabral (PMDB) de depor na CPI do Cachoeira. Cabral teve em seu benefício três votos decisivos do oposicionista PSDB, mas viu cinco parlamentares de partidos que integram sua base no Estado votarem a favor da convocação. No final, saiu vitorioso por 17 votos a 11.
Entre os filiados a partidos aliados de Cabral que votaram pela convocação do governador estavam dois deputados do Rio: Miro Teixeira, do PDT, e Hugo Leal, do PSC. Também foram favoráveis à presença do governador na CPI o senador Pedro Taques (PDT-MT) e os deputados Paulo Foletto (PSB-ES) e Sílvio Costa (PTB-PE). O PPS e o PSD, que recentemente se aliaram a Cabral no Rio mas não integram a base da presidente Dilma Rousseff, foram favoráveis à convocação do governador, com os votos do deputado Rubens Bueno (PPS-PR) e da senadora Kátia Abreu (PSD-TO).
"Amo o Rio e não quero ver o Estado nas manchetes internacionais por um embate político. Seria um desserviço ao País e ao Estado convocar Cabral." Parece um aliado falando, mas é o senador do PSDB Cássio Cunha Lima (PB), que votou contra a convocação de Cabral. O tucano teve o mandato de governador da Paraíba cassado por abuso do poder econômico e foi eleito senador em 2010. "Enfrentei uma crise, sei o quanto é custoso para o Estado. Contra Cabral, há apenas fotos de péssimo gosto", afirma Cunha Lima, em referência à divulgação de imagens de viagens de Cabral à França em companhia de Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, investigada na CPI.
Os três tucanos que votaram contra a convocação dissociam seus votos de qualquer ação política, mas o bom trânsito de Cabral no PSDB, partido ao qual foi filiado e onde tem bons amigos, como o senador Aécio Neves (MG), ajudou no ambiente favorável. "Não mudei de lado. Sempre tive a mesma convicção. O escopo da CPI é investigar integrantes da quadrilha e pessoas referidas pelos integrantes. Sérgio Cabral nunca foi referido. A oposição é minoria na CPI, nosso instrumento de convencimento é a lógica investigativa", diz o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
"Sempre dissemos que a CPI tem que ser imparcial. Não seria coerente votar pela convocação de Cabral se até agora não há notícia, nas investigações, de nenhuma ligação ilícita do governador", argumenta o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG). O voto dos companheiros contrariou o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), pré-candidato a prefeito do Rio que vinha trabalhando pela convocação do adversário Cabral. "Acho que esse assunto deveria ter sido mais discutido no partido", reclama Otávio Leite. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
PB Agora
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